Gestão por Competências no serviço público

Qual é o conceito de competência e gestão por competências para o servidor público?

Servidor Público é aquele que serve ao público (que serve à população através do poder público). A partir da leitura de Lira e Cavalcante (2021), é possível destacar que o conceito de competência para o servidor público não fica estagnado apenas à afirmativa da frase anterior, esse conceito vai além de uma definição simples, é uma função complexa e importante à sociedade. Não sendo apenas aptidão técnica para realizar as tarefas do cargo, a competência do servidor público envolve o CHA – uma ferramenta muito utilizada junto aos Administradores – que descreve um conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes que buscam trazer um desempenho eficaz e eficiente das funções desse servidor, entregando o que é solicitado à instituição pública traduzindo essa entrega em resultados para a sociedade.

Os conhecimentos são essenciais para o bom desempenho, eles permitem que o servidor público realize suas funções. Relacionando exemplos de conhecimentos: em legislação, em normas técnicas, nos procedimentos administrativos e, outros.

As habilidades são capacidades que o servidor possui que lhe permite realizar as tarefas necessárias ao desempenho das suas funções. As habilidades podem ser técnicas, sociais ou comportamentais. Como exemplo, é possível pontuar as habilidades de comunicação, de trabalho em equipe, resolução de problemas.

As atitudes são os comportamentos que demonstram o comprometimento do indivíduo com os valores da instituição pública e, com o atendimento que presta aos cidadãos (atendendo aos seus anseios e necessidades). Traduz diretamente a sua ética e pró-atividade, além do respeito, empatia e outras atitudes esperadas dentro do contexto da cultura local.

As competências e a gestão por competência são importantes para promover a valorização do servidor público, o servidor dedicado, responsável com suas tarefas e, com atitude proativa vai se desenvolver profissionalmente e tem a possibilidade do alcance de seu potencial máximo. As ferramentas são diversas, como a simples sequência: 1) mapeamento de competências que consiste na identificação; 2) desenvolvimento de competências (capacitação); 3) avaliação de competências que mensura o nível de desenvolvimento das competências dos servidores públicos. Ou, podem ser utilizadas ferramentas mais completas e complexas que buscam o mesmo resultado: melhor entrega à população. Portanto, a gestão por competências é uma ferramenta importante para o desenvolvimento do servidor público, permite desenvolver seus “CHA’s” e, resulta em uma melhoria direta da Administração Pública e entregas aos impactados por esses serviços.

 

Principais desafios práticos para a implementação da gestão de competências no setor público hoje

            O principal desafio de implementação da gestão por competências no setor público pode ser considerado o processo na etapa central pois, mapeamento e competências são quantitativos mas, o desenvolvimento e a capacitação dependem muito da iniciativa das pessoas ou formas de persuadi-las, do contrário, não se desenvolverá.

Sendo generalista, as funções dos servidores (atividades, obrigações e deveres) quase em sua totalidade são previstos e há registro disponível ao interessado mesmo assim, entende-se que o interessado já as conheça antes de seu ingresso (concurso público, seleção, etc.), seja de forma legislativa, instruções normativas ou, regimento interno. As funções que não estão previstas, são os casos de exceção que são referenciados através dos regramentos citados que acabam direcionando para que sejam tratados por um superior hierárquico. Já os benefícios têm sua previsão em um Regime Jurídico e/ou outros documentos. Portanto é entendido que existe a gestão por competências. Está presente na administração pública no entanto, a realidade prática é que pode ser diferente e ter os mais diversos resultados.

Os principais desafios no setor público podem ser pontuados da seguinte forma: identificar as competências dos servidores e defini-las; desenvolver essas competências; a resistência dos servidores e da cultura do serviço público (aqui que está o maior desafio que abrange características já citadas anteriormente – ética e pró-atividade); falta de recursos (material e tecnológico); e, a falta de liderança.

 

Exemplo de como o conceito de competências tem sido tratado em Ibiraiaras/RS

Na esfera do poder público de uma Prefeitura Municipal em um município pequeno (com menos de 7.000 habitantes e aproximadamente 240 servidores ativos), os desafios são similares aos citados acima: o conceito de competências e atividades dos servidores são tratados de forma legislativa e, os benefícios são tratados no regime jurídico de servidores (também previsão em lei). Eventualmente uma atividade que necessite um tratamento mais adequado receberá uma IN (Instrução Normativa) ou ainda, será dada de ofício por um supervisor hierárquico.

Dessa forma entende-se que há regramento oficial sobre o conceito de competências. Na prática e também através de pesquisa qualitativa junto à outros líderes e ocupantes de cargos de chefia no poder público, a conclusão é que: em geral os servidores são de certa forma blindados, possuem a percepção e a sensação de segurança que realmente é concedida aos mesmos.

Fatalmente uma “uma maçã podre estraga o cesto todo” assim, muitas vezes um contribuinte ao abrir requerimento vai se deparar com entregas pouco profissionais em alguns sentidos e vai generalizar todo o setor público ou, ao acessar o espaço da prefeitura vai presenciar momentos de descontração demasiada de posturas que, o servidor público colocando-se no lugar do próximo jamais tomaria. São exceções que infelizmente ocorrem e ganham volume pois há existência de ferramentas mas, pouca eficácia em aplica-las. Abrindo um parêntese para citação de autoria própria que, de forma descontraída afirmo “Se um servidor ficar nu e executar uma pessoa – além de não ser preso – SE houver a penalidade, será reconduzido judicialmente ou, receberá a aposentadoria.” Ocorre certa injustiça mas também é resultado de algo mais profundo que não está relacionado ao tema “gestão por competências” porém, há mais de um exemplo real o que gera um impasse ao gestor para tomar algumas atitudes necessárias, limitando-o nessa gestão. A solução será de forma legislativa com atualização das ferramentas que permitirão uma melhor aplicabilidade da gestão por competências. A implementação é um desafio mas também pode ser uma oportunidade para melhorar a eficiência e a eficácia da Administração Pública em uma gestão.

            Como afirmado anteriormente, são exemplos de forma generalizada, há diversas esferas públicas onde a gestão por competências já é uma realidade e podem ser referências positivas com incríveis demonstrações de entregas que beneficiam toda a sociedade a que servem.


Acesse e conheça o PNDP – Plano Nacional de Desenvolvimento Pessoal: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9991.htm#art35



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