Aspectos promotores de saúde ou de sofrimento psíquico no trabalho no setor público
Os aspectos promotores de saúde ou de sofrimento psíquico no trabalho no setor público:
O ambiente de trabalho no setor
público, assim como o ambiente da iniciativa privada, pode ser um espaço que
desenvolve sofrimento psíquico, dependendo da presença de diversos fatores
interligados.
O Ministério do Trabalho e
Previdência realiza papel importante na regularização de agentes empregadores
com o fim de evitar o adoecimento psíquico no trabalho, buscando promover e
desenvolver ambientes de trabalho físicos seguros e saudáveis e, estimular para
que a cultura organizacional seja positiva (Ministério do Trabalho e
Previdência, 2024).
Manter de forma adequada os equipamentos
e materiais necessários para o bom desempenho das funções, desenvolver um clima
organizacional colaborativo, respeitoso e com boa comunicação, a valorização
dos servidores e uma liderança positiva são elementos de apoio aos servidores
que tornarão o clima organizacional próspero e saudável. Outros fatores podem
ser: integração entre colegas e gestores, trabalho em equipe colaborativo, apoio
social e profissional, capacitação, treinamento, feedbacks, participação em tomadas
de decisões, jornada de trabalho justa (eventualmente até mesmo com flexibilidade
de horários), e a concessão de benefícios.
Fatores que são geradores e causadores de sofrimento psíquico: para Rodrigues e Bastos (2015), as condições de trabalho inadequadas são o ambiente físico inadequado (iluminação, temperatura, ergonomia), carga de trabalho excessiva, falta de equipamentos e, a cultura organizacional negativa.
Para a promoção da saúde no
trabalho do setor público, é necessário compreender estes elementos e efetivar
a construção de um ambiente laboral mais saudável e produtivo. Com isso irá impactar
diretamente o bem-estar dos servidores públicos e, possibilitará a entrega com
qualidade dos serviços prestados à população.
Como a Gestão de Pessoas (pensada como processo e/ou como área funcional) pode contribuir nestes aspectos:
Segundo Chiavenato, 2020, a seleção
de profissionais com perfil adequado à cultura organizacional e às exigências
do cargo, garantem um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo. É
necessário a complementação dessa ação com ações de integração dos servidores,
capacitação e desenvolvimento, avaliações periódicas de desempenho, plano de
cargos e salários, acompanhamento da área de RH (ou denominação de setor
análogo) e, programas de bem-estar.
Os elementos citados acima são
os fatores que podem impactar positivamente na saúde mental e levar a uma
cultura organizacional positiva ou, serem elementos causadores de sofrimento
psíquico ao colaborador.
No serviço público há
peculiaridades. A área de Gestão de Pessoas tem a responsabilidade na promoção
de ações com o objetivo de desenvolver ambiente salutar. Porém, as peculiaridades
citadas podem ser um desafio quando afronta a questão política que está
fortemente presente pela tradição do perfil dos gestores nesta área e, a alternância
dos poderes desses líderes. Schikmann (2010). A área de Gestão de Pessoas também
pode se deparar com desafios como: legislação defasada, excessivamente protetiva
e/ou omissa.
Vivências e
experiências na Secretaria de Orçamento e Finanças a respeito de fatores de saúde e sofrimento no trabalho:
Minha experiência e vivência como
Secretário de Orçamento e Finanças no município de Ibiraiaras/RS, trazem como fatores
de saúde: a autonomia que possuo, confiança depositada pela equipe e pelos gestores
(prefeito e vice-prefeito) em meu trabalho, com reconhecimento das ações que possibilitam
um bom retorno. Possuo desafios com a tarefa de apoio de decisões quanto a gestão
de recursos públicos e tomada de decisões estratégicas mas considero fator de
saúde: com isso contribuo para o município, estou em aprendizado constante e tenho
a oportunidade de desenvolvimento. Como fatores de sofrimento é possível citar:
uma carga de trabalho relativamente alta pelo volume de responsabilidades e a falta
de recursos humanos (dos servidores liderados por mim e até mesmo de outras secretarias),
uma certa pressão política (adversários e, eventualmente parceiros políticos), expectativas
elevadas quanto às minhas ações e, a instabilidade política – uma vez que o cargo
de confiança é relativamente volátil.
Contudo, possuo experiência na área
privada, empresa própria e segurança em minhas ações e meu trabalho. Com meu perfil
resiliente, proativo e, capacidade de lidar com adversidades sempre sou capaz
de superar os desafios do cargo/função.
A partir dessas ponderações procuro
transmitir através do exemplo e direcionamento, a mesma percepção aos
servidores públicos liderados por mim que são: o setor de empenhos e
pagamentos, a tesouraria, a contabilidade, prestações de contas, arrecadação,
fiscalização, tributos, Sala do Empreendedor, setor de ICMS primário e, setor
de bloco de produtor rural, esperando que tenham saúde em seu ambiente de trabalho
e prestem um bom serviço à comunidade.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Constituição
(1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html>.
Acesso em: 08 de fevereiro de 2024.
BRASIL. Ministério do
Trabalho e Emprego. Portal Gov.br. Brasília, DF, 2024. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br. Acesso em: 09 de fevereiro de
2024.
CHIAVENATO, Idalberto.
Administração: teoria, processo e prática. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2020.
FREITAS, M.E. Freitas,
Maria Ester. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas
organizações. Revista de Administração de Empresas. 2001, v. 41, n. 2, pp.
8-19.
PREFEITURA MUNICIPAL DE
IBIRAIARAS / RS. Disponível em: <https://www.ibiraiaras.rs.gov.br/>.
Acesso em: 08 de fevereiro de 2024.
SCHIKMANN, Ana Maria.
Ambiente e saúde no trabalho: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo:
Cortez, 2010.
SILVA, Anielson Barbosa
da. Gestão de Pessoas por Competências nas Instituições Públicas Brasileiras.
2ª edição, Brasília: Enap, 2019.
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