Gerenciamento de Desempenho no Setor Público


Pressupostos da gestão por competências em prática no Gerenciamento de Desempenho de servidores/funcionários no setor público

As competências elencadas através do CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, necessitam para uma maior eficácia, um fator de motivação para a sua implementação. Traduz-se na Gestão por Competências e no Gerenciamento de Desempenho do Setor Público.

O primeiro passo é a definição das competências que são as habilidades e comportamentos necessários e específicos para todos os servidores, independentemente do cargo ou função. Após, o sistema adotado de gerenciamento de desempenho para o servidor público deve alinhar habilidades e comportamentos desses servidores com os objetivos do poder público. Independente de qual a esfera pública, de qual ferramenta ou, sistema de controle, o gerenciamento busca a melhoria da eficiência, a produtividade e a qualidade dos serviços prestados à população atendida.

Após a definição das necessidades, deve haver a avaliação de desempenho baseada nas competências. Os instrumentos de avaliação devem ser claros e, preferencialmente a avaliação deve ser constante. Evitando um feedback apenas ao final de períodos longos para não reduzir os resultados esperados. Dessa forma, as competências podem ser desenvolvidas e será possível colocar um Plano de Carreira em prática com o fim de evoluir a cultura social.

Efetivamente o que há no Setor Público: a Gestão por Competências infelizmente não é algo cultural e possui abrangência na minoria das instituições e órgãos, há a tratativa ambiciosa de que um plano de carreira é o suficiente para garantir a produtividade porém, em geral, os planos de carreira não são baseados nas competências mas sim no tempo de atividade dos servidores. Portanto, apenas na minoria identificada que há legislação, instrução e ferramentas claras. Também são percebidas ações espontâneas de lideranças que são muito pertinentes e agregam nas entregas desses serviços públicos alcançados por esse tipo de gestão.

É desejável que a progressão na carreira devesse ser baseada no desempenho e no desenvolvimento das competências dos servidores, ainda não é uma realidade porém está evoluindo: de acordo com o Portal do Servidor do Governo Federal (https://www.gov.br/servidor/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-de-pessoas/gestao-de-desempenho-de-pessoas), gestão de desempenho contínua e visa avaliar o desempenho individual e coletivo dos servidores públicos e, objetivo de aprimorar a qualidade dos serviços prestados à população.

 


Papel das lideranças no desenvolvimento dos servidores?

As lideranças possuem dentre suas atribuições, o dever do desenvolvimento dos servidores. Esse papel é muito importante e requer que o líder atue em diversas esferas, especialmente tratando o comportamento do servidor para criar um ambiente de trabalho que permita a evolução e melhor prestação de serviços.

Começando com o exemplo dado pelo líder, as atitudes contabilizam muito na percepção dos liderados e, orientando corretamente, aplicando da forma correta as ferramentas citadas anteriormente, o líder efetivará a Gestão por Competências e irá obter sucesso.

Essa responsabilidade não é apenas dos líderes e não somente eles poderão colocar em prática. Os servidores serão estimulados através de valorização e sensação de segurança, recebendo cursos, workshops e qualificação.

Ainda: servidores bem liderados que se sentem satisfeitos com o trabalho tendem a permanecer na organização por mais tempo e realizar melhores entregas, tão importantes e esperadas nos serviços prestados no setor público.

 


Processo de Gerenciamento de Desempenho na organização em que atuo

 

Na organização onde trabalho (atual Secretário de Orçamento e Finanças do Município de Ibiraiaras), há aproximadamente 240 servidores ativos, trata-se de um município pequeno que possui aproximadamente 7.000 habitantes, ocupante de cargo de confiança e, de liderança. Busco no dia a dia implementar ações pertinentes ao Gerenciamento de Desempenho. Há legislação que prevê a evolução de cargos e benefícios com o tempo de carreira.

Entretanto, a contrapartida de ações para alcançar os benefícios não são regulamentadas o suficiente. A legislação prevê penalidades porém os métodos de aferição são vagos. Será necessária uma melhoria e evolução que deve ser realizada gradualmente e com muita conscientização geral. Apesar do RH não ser tratado diretamente na secretaria sob minha responsabilidade, elaborei 2 ofícios e propostas de alteração na legislação que podem colaborar nessa evolução.

Atualmente o Gerenciamento do Desempenho é realizado de maneira informal e individual por cada um dos 7 secretários, a regulamentação e profissionalização desta forma de gerenciar e aferir a qualidade do trabalho dos servidores poderá conceder melhorias no serviço público prestado pelo município gerando mais satisfação para os cidadãos e, para o próprio servidor.

Geralmente os profissionais ficam mais à vontade com esse tipo de regramento e diretrizes – geram sensação de segurança. Algo que me chamou a atenção imediatamente quando ingressei no serviço público foram: o absenteísmo, o número de atestados (sempre beirando 20%) e, o número de pedidos de exoneração de servidores concursados ou não. Este último impressiona um pouco mais porque, o serviço público é tradicionalmente, algo almejado e concorrido.

Estudo do TCU (2020) aponta: 8% dos servidores públicos do Distrito Federal pediram exoneração entre 2016 e 2019. Em minha organização esse índice é sensivelmente superior e o Gerenciamento de Desempenho e, a Gestão por Competências, certamente trarão melhores resultados.





REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 30 de janeiro de 2024.

BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 9.991, de 28 de agosto de 2019. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas (PNDP) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 ago. 2019. Seção 1, p. 1-5.

GIMENE, Márcio (Org.). Planejamento, orçamento e sustentabilidade fiscal. 1.ed. Brasília: Assecor, 2020. Autores: Júlia Marinho Rodrigues, Leandro Freitas Couto, José Celso Cardoso Júnior. Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento – Assecor.

LIRA, M. S. de; CAVALCANTE, A. C. de. Gestão por Competências nas Instituições Públicas. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.

PIO, D. Avaliação de desempenho por competências. Jul.2008. Disponível em: < https://www.administradores.com.br/artigos/avaliacao-do-desempenho-por-competencias>. Acesso em 31 de janeiro 2024.

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRAIARAS / RS. Disponível em: <https://www.ibiraiaras.rs.gov.br/>. Acesso em: 25 de janeiro de 2024.

SILVA, Anielson Barbosa da. Gestão de Pessoas por Competências nas Instituições Públicas Brasileiras. 2ª edição, Brasília: Enap, 2019.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. "Portal do TCU." https://portal.tcu.gov.br/ Acesso em 30 de janeiro de 2024.

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